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sexta-feira, 2 de março de 2012

O fim do conto de fada


Lá estava ela, mais uma vez ouvindo aquela musica que lhe fazia lembrar dele. E pensando naquela ultima conversa que eles tiveram. Ela se perguntava porque tinha que ser daquele jeito, ela simplesmente não entendia. Ela o amava demais, ele também a amava, mas se afastaram. As lágrimas estavam presas no seu olhar, ela não podia piscar, sabia que não podia ceder a tal sofrimento. As palavras dele soavam nos seus ouvidos como uma musica que a perturbava: – “Eu vou embora. O nosso amor acabou, e demoramos pra perceber isso.” Era como se ela sentisse toda dor de novo, só ao lembrar. Seu peito apertava a cada pensamento nele.
– “A que ponto chegou a nossa história?”
- “A um ponto onde não existe mais “nós”.” – As palavras dele soaram frias, sem compaixão. Ela não amava aquele que ela falava naquele momento, ela amava o que ela achou que ele era, em todos os outros. Ele fingiu, ou era verdade, o amor tinha acabado? Ela o tinha perdido? Esses pensamentos doíam, como uma lança, como um tiro, acabando com todo o seu pobre coração, levando a sua esperança, a sua vontade de tudo.
- “Pode parecer loucura, mas queria te pedir uma coisa” – Disse ele.
- “O que?
- “Não me ame. Não mais. Nos iludimos, pequena. E eu não quero te decepcionar.
- “Mas...” – As lágrimas vieram nos seus olhos, ela lembrava do rosto dele.
- “Não, não fala nada” – Disse ele, colocando um dedo nos seus lábios. – “Não vamos insistir no que não existe mais. Me esquece, pequena.” – E se virou. Esperando alguma manifestação, algum pedido a mais dela. E nada, houve simplesmente um silêncio profundo. Ela tentava engolir o choro. Ele tentava não olhar pra ela e voltar atrás.
Essas foram as palavras que mais doeram, “me esquece”... ele achava que seria fácil? Como doía, doía demais. Mas sabe o que era mais incrível? Ela mantinha um sorriso no rosto, sim, um sorriso que sinceramente, convencia a qualquer um. E ela continua assim, de dia sorrindo, e a noite pensando nele. Ele não sabe, ninguém sabe. Só ela. E levava seus dias assim, num frio e mentiroso conto de fada onde existe a felicidade.

Naianara Barbosa 


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