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sábado, 5 de janeiro de 2013

Sempre o mesmo remetente


Eu to sentada na varanda da minha casa de praia tentando escrever mais uma carta sem remetente que traduz o que quero falar pra alguém. Traduz o que já ensaiei diversas vezes mais que no final não sai, eu gaguejo, fico sem ar e abaixo a cabeça. Tentei mostrar o melhor lado de mim, mas várias vezes me perguntei se esse lado realmente existia. Eu quis me entregar sem ter o que temer, mas eu não me entreguei, desculpe-me. Não me entreguei por não saber até onde iria. Poderia ser pra sempre e poderia acabar na segunda feira, e eu não estava errada. Prometeu-me a lua, mas foi embora antes do por do sol, querido. Eu fiz tudo o que podia, mas não era o suficiente, não era tão bom quanto eu pensava, ou esperava, ou imaginava. Não era pra ser você. A culpa não foi sua e nem minha, simplesmente não era pra ser. Eu criei cenas que queria viver, mas não conseguia te encaixar nelas, de alguma forma nos combinávamos, porém não nos completávamos. Eu gostei de você, e gostei mais ainda quando você me fez gostar de mim e agradeço por isso. Temos que admitir, tava tudo uma merda. Mas tava uma merda ao seu lado e pra mim podia continuar assim, mas não foi possível, não foi. Sinto dizer, mas as diferenças nem sempre unem as pessoas, as vezes elas só afastam cada vez mais. Essa carta não era pra ter um remetente, mas como todas as outras, ela acabou sendo pra você.

Naianara Barbosa 

Quem não quer ser feliz? Me diz.


Minha manhã? Minha manhã começou assim: Os pés melados de areia e os raios de sol atrapalhando a minha visão. Na madrugada andei e sentei-me na beira da praia, inicialmente estava escuro e passadas algumas horas eis que o sol nasce e tudo se modifica. Não pensava em nada, apenas estava ali olhando o mar. Os raios de sol turvavam a minha visão e enquanto eu andava na beira da praia, as ondas batiam nos meus pés. Admito que aquilo fez com que eu me sentisse livre, como se nada mais pudesse me apreender ou me aprisionar. As ondas batiam nos meus pés e aquilo mostrava que eu podia ir para qualquer lugar a partir dali, porque a liberdade me tomava. Mas algo se debatia dentro de mim, algo ainda sussurrava ao meu ouvido que eu não podia fazer aquilo, pois de nada me adiantaria ser livre e não ser feliz. Faltava algo, faltava a força pra seguir em frente, faltava a mão que eu seguraria, faltava a segurança, faltava o que eu mais precisava. Faltava você. E então voltei e te esperei. Eu quero ser livre, mas antes eu preciso ser feliz. 

Naianara Barbosa