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domingo, 29 de abril de 2012

Eu o encontrei... De novo. Ou ele me encontrou?



Passos pesados vinham do fim da rua, latidos de cachorro e uma escuridão assustadora rondavam a minha casa, do meu quarto eu tentava imaginar o que estava acontecendo lá fora.  No entanto, existiam coisas que eu tentava descobrir dentro de mim e essas me perturbavam mais que qualquer coisa. A solidão vinha a fazer parte do meu cotidiano, a falta de motivação tinha se tornado um verdadeiro obstáculo, tinha feito do vazio que habitava em mim uma terceira perna, com ela me encontrava estável. Mas a presença de algo inominável fez com que essa terceira perna se destruísse e a cada passo que eu dava as minhas pernas tremias e meu coração acelerava, eu podia cair a qualquer momento.
Me perdi no meio desses pensamentos e quando me dei conta estavam batendo na porta, me assustei e fui ver quem era, da minha janela eu não via nada, apenas a chuva forte. Perguntei quem era e ninguém respondeu, quem teria batido? Não era hora de brincadeiras, alguém queria algo de mim e eu sabia disso. Caminhei para o meu quarto e quando vi estava lá quem tinha batido na porta, era um cara chamado ‘amor’, ele veio falando que eu tinha deixado ele de lado e que não sabia mais o que ele significava. Não nego, eu o havia deixado a muito tempo atrás, eu o tinha expulsado da minha vida.
“Eu senti saudade” – disse ele.
“Eu não, pode ir embora” – respondi.
Eu não o queria de novo, como se já não bastasse todo sofrimento que tinha vindo antes, como se eu ainda quisesse me por a prova de tudo que pode vir. Meu coração não era mais tão frágil, ele tinha deixado de apanhar e agora só fazia a sua função: Bater. E me deixar viva, consecutivamente.
“Você sabe que precisa de mim” – ele insistia nessa história.
“Não, eu preciso de paz, e quando você estava aqui ela se escondia.” – resmunguei.
“Às vezes o amor traz dor, admito, mas às vezes ele também traz tudo que você procura e que te faz feliz.” – ele continuava a falar.
“Eu não quero essa felicidade. Me deixa.” – eu já estava com um nó na garganta.
Virei de costas e comecei a chorar, sentia sua falta, precisava da tua presença, mas tinha medo do sofrimento. Entre soluços, com as mãos no rosto e banhada de lágrimas, senti um frio inesperado, e ao mesmo tempo uma proteção. Eu tinha esquecido de como era bom tê-lo comigo. Ele me abraçou e passou a noite assim, com seus braços sobre os meus ombros. Eu dormi e ele continuou acordado, quando acordei ele estava me olhando e sorrindo, e disse:
“Eu esperei por essa volta, eu planejei, e ela aconteceu como eu tinha imaginado.”
Olhei pra baixo desconcertada, e ele continuou:
“A partir de hoje, nunca mais te deixarei, mesmo que você me implore. E eu juro, não deixarei mais você sofrer.”
"Me desculpe" – E o abracei. De novo. E ele sorriu.


Naianara Barbosa Melo

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Quem sois vós



Maldita presilha preta que me fez lembrar
Tava tudo arrumado, tudo no lugar
Pra que fui mexer na minha gaveta
Suas coisas ainda estavam lá

Sua ausência me incomodava, o silencio me tomava
A sua falta me afundava numa poça de solidão
Meus pés melados, meu corpo agitado
Gritava e implorava a redenção

Quem sois vós, que me faz sofrer?
Que direito tens de me deixar nu e depois partir?
Se for pra ir, que se vá, mas não deixe suas coisas
Não tire de mim o que eu demorei pra encontrar

Essa luta foi perdida, você ganhou
Levou tudo que precisava e deixou os restos da vida a dois
Continuo a perguntar, quem sois?
Que direito tens de levar o que não cativou?

Ironia do destino, a cada passo genuíno
Que dou sem saber a direção
Me encontro no desencontro de nós dois
E sigo perguntando quais os seus direitos de me tirar de mim...

E quem sois!


Naianara Barbosa Melo

E se eu sumir, não me procure.



Por mais que eu corra, a vontade de continuar não é tão vista. Por mais que eu tente, a fraqueza me toma e eu imploro para que chegue logo ao fim dessa jornada. Cada passo, cada pensamento, cada investida é visando o fim disso tudo, mirando no que eu pretendo chegar. Eu só planejei até ai: Chegar. Depois, sabe-se lá o que pode acontecer, mas hoje eu imploro para que chegue logo. Essa minha rotina me deixa anestesiada e sem vontade pra mais nada, essa minha loucura devaneia em pedaços de sentimentos que se tornaram concretos.
Essa frieza sentimental tornou de mim um escudo ambulante, que se fecha diante de qualquer possibilidade de sofrimento, mas no fundo, a verdade é que meu coração já esta cansado. Ele chora e pede para ser ouvido, mas a quantidade de ventos contrários que existem é muito maior que o som da sua voz. Quando a casa está vazia, quando minha alma está vazia, é quase possível tocar o silêncio. Ele se faz  tão presente que eu o sinto, eu o ouço, algumas vezes até conversamos.
Toda essa minha instabilidade emocional vem de muito tempo, talvez nem sempre intensidade seja bom, ou confiança seja saber como é o nome. Nem tudo na vida são flores, existem inúmeros espinhos, existem assustadores muros de pedra que protegem essas flores, não é tão fácil chegar até elas. Sinto-me presa, a minha vontade de chegar é maior que a minha capacidade de seguir, a minha agonia e desespero vem de algo inominável que me faz querer gritar e sumir.
Olho para os lados e mesmo cheio de gente, não vejo ninguém. Não vejo ninguém porque não conheço ninguém suficiente para tal. Podem até sentir minha falta vez ou outra, mas nada que duas doses de tequila não resolvam, acabei tornando de mim um ser simplesmente substituível. Um dia desses encontrei-me com a lua, e ela me fez ver uma coisa: eu posso sorrir. E meu sorriso pode esconder qualquer coisa, meu sorriso pode ser convincente até demais. Por isso sigo sorrindo por todas as ruelas que se passam e ando me esgueirando por entre os muros de pedra. Sim, eu já sei o que vou fazer depois que eu chegar, eu irei em busca da minha flor. Portanto, se eu sumir... não me procure.

Naianara Barbosa Melo

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Aos meus olhos és perfeito



Aos meus olhos
você é negro
você é romântico
você é meigo


Aos meus olhos
você é um plebeu
ao mesmo tempo é rei
no fim você é meu


Você se faz presente
mesmo que ausente
mesmo que nem tente
mesmo que não seja evidente

Só preciso de ti
do teu sorriso, do teu calor
do teu sentimento,
da essência de cada momento

(...) Só preciso do teu amor.





Naianara Barbosa Melo

Uma rosa roubada por amor



Ele disse: O cerco está se fechando, não sei porque meu coração se prende tanto a você. Me sinto tão preso a você, acho que é porque estou apaixonado. Vejo a cada dia que se passa, eu perdendo meu coração, pois você está me roubando tudo, a cada pensamento meu que me leva a você eu sinto que você está ao meu lado, sinto que você precisa de mim, por isso me sinto tão aliviado, pois tudo que sinto por você, minha rosa, é lindo. Me deixa expressar todo o meu medo, amor e indecisão, pois não sei se me entrego ou me deixo levar por esse amor tão puro e singelo que toma todo o meu ser. Por isso tudo que escrevi se resume a uma só frase: "Eu te amo, minha rosa."
Ela disse: Sim, o cerco ta se fechando, está ficando cada vez mais difícil deter o sentimento.A vontade de ti me toma a cada dia e a vontade da sua presença é exacerbada pelas milhões de cores do meu dia. Senta aqui, vem, do meu lado, me conta o que você sente, o que você quer, quem sabe eu retribua. Ah, e se não for pedir muito, pode trazer uma flor roubada de um jardim de margaridas para contemplarmos o por-do-sol.




Naianara Barbosa Melo e Lucas Dantas

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Seu corpo...



Seu corpo me chamava atenção, admito. Todas as vezes que me olhava percorria um calafrio por toda parte de mim e eu sorria desconcertada. Teu sorriso perfeito e brilhante que me fazia perder a razão era tão perfeito. Teus braços musculosos que me abraçavam e me protegiam, me esquentavam, eles eram do tamanho perfeito. Teu peito servia perfeitamente de travesseiro, eu deitava e ficava ouvindo a tua respiração, ouvindo o teu coração e o teu sorrir. 
A sua voz grossa que seduzia, o teu modo de me conquistar, de me chamar, era tudo tão singelo, mesmo sendo voraz. Seus beijos eram quentes, suas mãos eram do tamanho exato para segurar as minhas. Sim, eu estava perdidamente apaixonada por você, não era fácil admitir isso, mas era a verdade. Teu corpo era meu, teu sorriso era meu, você era meu e fazia questão de repetir isso ao meu ouvido me fazendo delirar toda vez. Enfim, você é per(feito) pra mim.

Naianara Barbosa Melo

Ela mudou



Um dia ela acreditou que as pessoas eram sinceras, que não existiam mentiras e que podia confiar em todos. Acreditou também que contar sobre sua vida não era tão ruim e que as pessoas sempre concordariam com ela. No entanto, sempre aparece alguém que faz você sair do mundo perfeito, e foi isso que aconteceu. A julgaram e a excluíram de muitos grupos por simplesmente ser diferente o bastante dos outros, e por contar sobre suas experiências. Aquela imagem do “conto de fada” acabou na hora em que traíram a sua confiança. Nesse sentido ela era inocente sim, e muito besta, diga-se de passagem. Sempre acreditava nas pessoas e esse era o maior problema, mas nada que uma boa dose de “frieza” não resolvesse.
Ela mudou com todos, ela se afastou, ela se fechou. Ninguém mais sabia sobre nada da sua vida e ela estava bem assim. As pessoas estranhavam e não entendiam o motivo da mudança, mas as vezes é assim mesmo, uma só pessoa faz você reconstruir a imagem que tinha de todas. Os seus amigos ela contava no dedo, e os que confiava eram menos ainda, nada cabia. Vivia num vazio considerável e já tinha se acostumado. Chegava em casa e ia pro seu quarto, ouvia suas musicas e nada mais a incomodava. Ela estava bem assim, Zé. Conversar com o espelho até parece loucura para os que tem muitos, mas para ela era uma das melhores companhias. Outros ate tentavam se aproximar, mas ela não dava espaço e sabia muito bem disso. Não era tão fácil confiar nos outros quando um já tinha jogado sua confiança fora, ela vivia desconfiando da verdade, e só acreditava nela mesma.
Não se apoiava em nada e nem ninguém, nem na sua sombra. Até porque ela sumia quando estava no escuro da sua vida, no escuro do seu quarto, no escuro simplesmente. E ia assim, seguindo sempre. Sozinha e em pé, dando um passo de cada vez. O que ela tinha se tornado? Não existia felicidade, não existia amizade, não existia uma realidade utópica. Ela era o que tinha tornado dela, ela era o que ela aprendera a ser. E depois desse choque de realidade, nada mais faria ela voltar a ser a garotinha inocente, burra, desajeitada e feliz de antes.

Naianara Barbosa Melo

Sentimento ou desejo?



Tinha um feitio por morder lábios, se deliciava enquanto puxava com seus dentes os lábios de alguém. Sim, a primeira coisa que ele olhava era a boca, se os lábios o chamassem atenção, ele iria atrás e faria de tudo para prova-los. Isso tudo era no mundo do lado de fora, pois no seu mundo ninguém sabia dessa sua tara por lábios.
Dia comum, marcou para assistir filme com os amigos, coisa que sempre acontecia. Esperava por todos e acabou que só uma amiga foi, ele achou tudo bem e começaram a assistir. Riam e debochavam do filme, até que ficou aquele silencio entre os dois e resultou num beijo. Ele suspirou, respirou, se assustou, nunca imaginara que os lábios dela seriam tão perfeitos, e que cabiam perfeitamente nos seus. Era macio, era delicioso, morder os lábios dela tinha se tornado a coisa mais incrível e mais delicada de todas.
Dai em diante nenhum dos outros lábios lhe bastavam, nenhum se comparava ao dela, ele estava apaixonado. Mas ele se perguntava: por ela ou pelos lábios dela? Era uma pergunta simples, mas lhe faltavam argumentos e pensamentos na hora de responder. Ele acabara se fissurando nos lábios dela e os queria para ele. Os desejava a cada noite, ao acordar, em tudo. Ela já não saia do seu pensamento.
Eles se reencontraram, afinal eram amigos, e os olhos dele brilharam, sua boca secara e sua cabeça já não pensava em mais nada. Ele olhava para ela e só. Se abraçaram e aquele cheiro o delirou, ele não sabia o que fazer, até que:
- Aceita namorar comigo?
As palavras soaram baixas, o que ele tinha acabado de fazer? Era a sua vontade, mas não era a hora certa, ele sabia que ela iria negar, a amizade deles tinha anos, ela o considerava um irmão, que idiota que ele tinha sido, iria tomar um fora da pessoa que mais queria, iria...
- Aceito.
Ela disse com um sorriso no rosto e ele parou, ficou completamente sem reação. Ela havia aceitado, ele a teria para si. Uma enorme felicidade corria por seu corpo e junto dela um medo terrível. Ele agora era responsável pela felicidade dela, e a sua própria felicidade estava nas suas mãos, e se ele a fizesse sofrer? Pensamentos assim os perturbavam, mas ele não tirava o sorriso do rosto. A tinha conquistado e isso era que importava.
- Eu mal sei cuidar de mim, mas prometo cuidar de você.
E sorriu desconcertado, olhou pra baixo e fixou o olhar no chão, ela o abraçou e disse:
- Eu estou fazendo isso a muito tempo.
E ficaram lá, abraçados, sorrindo e pensando em como seriam suas vidas de agora em diante. Ela criava planos, ele também, mas nenhum dos dois falara nada... O tempo resolveria a vida deles. 

Naianara Barbosa Melo

Monstros



A noite é um dos piores momentos das 24h, as crianças a temem porque sabem que nessa hora os monstros saem de debaixo das suas camas e vem para assusta-las. E mesmo com o passar dos anos, isso não muda muito. É tudo a mesma coisa e a noite os mesmos medos das crianças tomam os adultos também, porém, os monstros não são mais os mesmos. Os mais terríveis monstros são aqueles que vem de dentro, que passam a te rondar, alguns deles tem nomes. Solidão, saudade, arrependimento, tristeza... mas existem outros que são inomináveis e inquestionáveis. Não há o que se dizer sobre eles, mas todos sabem que eles deixam marcas, feridas e até derramam lágrimas. Existem noites que com todos esses monstros diante de mim, sento na minha cama e choro até dormir, tem outras que eu apenas choro. A angustia que é sentir algo e não saber o que é me machuca e me transforma em algo que não sei dizer o que é, necessariamente. Eu sinto, eu o sinto e sei como dói querer saber de algo e por mais que tente, não consigo reconhecer. A cada dia que passa os monstros tendem a se alastrar, e a noite eles vem com tudo de mais doloroso para me atingir.
Talvez eu já tenha entrado num estado de frieza sentimental, eu já não me importo mais com os tais monstros. Me olho no espelho e vejo todos eles ao meu redor, mas não falo nada, nem choro, nem gemo, nem grito, nem sinto. A presença deles passou a fazer parte do meu cotidiano monótono e são eles que me trazem – muitas vezes – uma paz interior. Não que eu tenha passado a gostar deles, isso não é verdade, mas a cada volta que eles dão em torno de mim eu sinto que sou pressionada a pensar em coisas que no dia claro eu não penso.
Pensamentos confusos e traidores, dores angustiantes e arrasadoras, horas que demoram a passar. Tudo tem um tom melodramático, tudo tem uma sinfonia pesada, tudo leva a pensar nos problemas, e nos momentos vazios. E mesmo que eu tente, viver sem esses monstros seria sair de uma estabilidade sentimental. Por mais que devastadores, eles trazem consigo uma leveza que não encontro em nenhum outro lugar, talvez por serem tão pesados, ou serem vistos assim. Às vezes eles apenas veem para te fazer pensar em que monstro você está se tornando.
É isso! E se os monstros não forem eles, fosse você? E se seus sentimentos – ou ausência deles – estivesse tornando de ti um monstro? Fere-me a possibilidade de estar me tornando um monstro por causa das ações alheias, o mundo me decepciona de dia e eu me transformo a noite. Enfim compreendi o porque de todos esses ditos “monstros” virem me confrontar a noite, eles queriam que eu visse que o monstro era eu, que o que estava me ferindo era eu, o que me torcia e me fazia chorar... era apenas eu.


Naianara Barbosa Melo

Voltarei



Eu me calei diante de todos que estavam contra mim, eu preferi me fechar, sabia que não adiantaria de nada eu continuar insistindo. Eu tentei seguir em frente sem me abalar, mas a quantidade de ventos contrários era absurda e isso me balançava, até porque não sou de ferro. Sumi durante meses e ninguém me procurou, talvez eu não faça tanta falta assim. Ou será que me ausentei por tanto tempo que deixei de fazer falta? São perguntas que me corroem e me perturbam diariamente, no entanto apenas o silencio me faz companhia e admito, ele é o melhor psicólogo. Pretendo voltar, sinto falta de todos que nem se lembram de mim, mas gosto de tê-los por perto, de saber que estão bem, de me importar com eles, no fundo é isso que me deixa bem comigo mesmo.

Naianara Barbosa Melo

sábado, 14 de abril de 2012

Teu sorriso faz o meu sorriso



O problema é que teu sorriso me cativou, tua voz se tornou um tipo de calmante para minha vida totalmente balançada, teu jeito tão inspirador que me comove e me faz ver o mundo com os olhos de uma criança. Será que é realmente um problema? Talvez tenha sido a solução, a solução pra minha vida. São todos pequenos detalhes, pequenos mesmo, mas que me fazem prestar atenção em ti cada vez mais. Sabe aquele olhar tímido que voce dá quando tá falando comigo, aquele sorriso sincero e lindo. Lindo, eis a palavra que te define em todos os detalhes, pequena. Teu jeito é lindo, tua voz é linda, teu olhar, tuas palavras e até seus defeitos. Não posso negar que os tenha, mas eles são mínimos diante de todo o resto que faz de você a maior “pequena” que eu já tive. Ciumenta, possessiva, e tudo mais, mas é isso que te torna a melhor pessoa do mundo, pelo menos do MEU mundo. Teu sorriso me faz sorrir inconscientemente e feito boba, mas que posso fazer? Diante de ti, sou uma boba mesmo. E, admito, eu te amo demais *-*




Naianara Barbosa Melo

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Uma noite


Quero sentir o calor da pegada, do corpo a corpo, quero sentir o doce do beijo, o extrair do folêgo, hoje eu quero fazer tudo que passa na tua mente... Hoje eu vou ser sua, seus desejos, suas vontades, seus delírios. Eu quero estar presente, e serei só sua. Mas é só esta noite, não me culpe se acordar pela manhã e só encontrar um beijo no espelho com aquele batom vermelho que você borrou na noite passada.


Naianara Barbosa Melo

Eu te odeio, mas eu te amo



Eu te odeio. Ele era meu, e você o tomou de mim. Não tente me dizer que sente muito, que lamenta, eu não vou acreditar. Eu simplesmente te odeio. Toda noite deito na minha cama, olho para onde ele dormia e ele não está lá, por sua causa. E tenho que dormir te odiando com todas as minhas forças. Acordo esperando um beijo e o lado dele está vazio. E cada célula do meu corpo te odeia cada vez mais e mais. Estamos sempre procurando meios de aliviar a dor, As vezes aliviamos a dor fazendo o melhor que sabemos. As vezes é nos entregando em alguns momentos. As vezes tudo que precisamos é aliviar a dor, de qualquer jeito. É pedindo uma trégua. E suas palavras me perturbavam: “Por favor, não me odeie. Eu estou implorando. Eu não quero ir embora, mas se você quiser que eu vá, eu vou.” E então eu percebi, de tanto pensar em você, em como eu te odiava por tê-lo tirado da minha vida, eu acabei te amando.

Naianara Barbosa Melo 

Eu vejo você



Eu vejo você. Essas palavras podem ter um enorme sentido pra uns e nenhum pra outros. “Eu vejo você.” “ah idiota, eu também vejo você, não sou cego.” É essa a interpretação que algumas pessoas tem, mas não é isso, não é ver por ver, é ver para sentir. Eu te sinto, eu sei quando você não está bem, eu sei quando você não me quer por perto – e eu me afasto – mas sei quando precisa de mim, e eu vou nem que seja para ficar lá em silêncio, mas eu vou. Tudo porque eu sinto você, tudo porque eu amo você [...] Eu vejo você.

Naianara Barbosa Melo

domingo, 8 de abril de 2012

Pesadelo

 (...) Eu tentei  ,
                                gritei , chorei
      sorri , sou rei?
                                           suei,      CANTEI
         sentei, deitei                   (dormi)                 VOEI?
não sei , só sei que sonhei
          que estava caindo, caindo
                                           caindo,
                                                caindo,
                                                        caindo,
                                                              (...) indo,
                                                                          indo,
                                                                           
                                                                                c                               
                                                                                  a
                                                                                     i
                                                                                       n
                                                                                         d
                                                                                            o
                                                                                                !
 então, eu vi        

                  estava apenas dormindo
                                                             acordei sorrindo,
                                                                                                


                               

                                     foi só um pesadelo.








Naianara Barbosa



       

Quem sabe



Vamos, meu amor, ver o por do sol agora e se chover vamos dançar até nos encharcarmos. Vamos, meu amor. Ver a lua sorrir pra nós, ver o mar dizer o nosso nome e nos chamar de um. Vamos sorrir felizes, vamos dormir juntinhos, vamos viver o nosso amor. Vamos, meu amor, mas vamos logo! Hoje é tarde e amanhã é quase impossível, vamos agora, meu amor. Talvez, quem sabe, a vida me tire de você.


Naianara Barbosa

sábado, 7 de abril de 2012

Vale



“Caminhando e cantando e seguindo a canção”...
Canção essa que vem de dentro...
Que surge sem eu nem perceber, e me guia
Para dentro do vale, esse que eu já me perdi
Muitas vezes. Mais do que eu possa imaginar.
E toda vez que eu achava ter chegado, eu me via lá
Parada no fim do vale, diante dos inúmeros caminhos
Sem saber qual seguir, e morrer na duvida.
Morrer e reviver, e viver tudo do inicio, e chegar lá de novo
E voltar, e voltar, e voltar.
Sem saber onde ir, nem qual caminho seguir.
Sem saber sorrir, ou fingir.
Viver na incontrolável duvida, que corrói a cada vez
Que chego ao fim do vale.
A canção sempre para, para eu continuar
Mas não sei que nota tocar, que timbre levar
E assim vou nesse vai e volta da vida
Sempre estando atenta, a cada mudança de tom
Mas é sempre o mesmo, sempre as mesmas notas...

Naianara Barbosa 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

13 anos



Sâo 13 anos nossos... Vivendo, convivendo, revivendo, vendo, sendo... Sendo? Sim, sendo. Amigas, irmãs, cúmplices, idiotas, felizes, sinceramente felizes, inocentemente felizes, verdadeiramente felizes. E esse será mais um dos próximos e muitos anos que virão, virão para complementar a nossa história, para se juntar aos 13 que já existem, com confissões, segredos, momentos, risadas, choros, conselhos, saídas, chegadas. Cada ano que se passa ta só aumentando a nossa caminhada, juntas, na mesma estrada. Estamos caminhando, nos apoiando uma na outra, sem deixar que exista uma queda sequer, e se houver, continuamos, levantamos e continuamos, sem pestanejar. Sabe quando você fica feliz só por outra pessoa estar feliz? Então, é isso que acontece, que há 13 anos vem acontecendo. E eu não me arrependo de nenhum desses anos. Foram todos únicos. Quando eu te dizia que queria voltar no tempo, não era pra consertar nada, mas pra reviver tudo que já vivemos. E ai você me diz: “Muitos ainda virão, pode crer”. O que pode ter no mundo melhor que isso? Saber que mesmo com o futuro batendo na porta, ou entrando pela janela, estamos juntas, sempre estivemos e sempre estaremos. Alguns perguntam o que é uma verdadeira amizade, ou se ela realmente existe, eu apenas olho para o meu lado, porque você está lá, nunca saiu de lá... E você abre um sorriso, que simplifica tudo que possa existir de mais complexo no mundo. Aquele sorriso que significa “vai ser pra sempre”. O tempo está passando, hoje eu to vendo como ele está passando, rápido, mas soubemos aproveitar.

Naianara Barbosa

Coisas demais



Tanta coisa traz
Tanto medo faz
Tantos risos mais
Quanta chuva cai

O caos, o mais
Onde vive a paz
O que ela traz
 Sabe do que mais

Tanto fez
Tanto faz
Não olha pra trás
Não chora nunca mais

Tanto fez, tanto faz
Os olhares nao cabem mais
Existem tantos mundos ai atrás
Tanta gente ficou pra trás

Tantas voltas o mundo faz
É tanta coisa,
Nem lembro mais
Existem dores a mais

Saudade que não se vai
Historias não vistas mais
Que seja, agora...
Tanto fez, tanto faz

Naianara Barbosa

Pontos brilhantes



As vezes tudo que tenho são as estrelas. Elas que me ouvem, elas que me olham, elas que eu sinto. Me vejo parada durante horas olhando pra um ceu, repleto delas, e não entendo como podem ser tão belas. So ao olhar as estrelas eu já me sinto bem, me sinto leve, como se elas soubessem tudo que eu preciso, tudo que eu sinto, tudo que dói em mim, e me trouxessem a paz e a calma que preciso para continuar vivendo. Pequenos pontos brilhantes me fazem sentir o que ninguém mais faz. E sem perceber me vejo chorando somente por olhá-los, e ver o quanto são belos, no entanto, ignorados. Por vezes me sinto uma estrela: um brilho único, porém, uma ausência de contato com qualquer outra.

Naianara Barbosa

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Meu pequeno


Que continue sendo doce o seu modo de demonstrar afeto , o seu jeito , seus olhares , seus receios . . . Que doce seja uma ausência do nosso medo , o seu abraço e a maneira como segura minha mão . Que seja doce , que sejamos doce e seremos , eu sei . . . porque você é meu pequeno, e eu sou tua poeta. Não somos nada além disso, somos um... Somos assim, felizes. Nos amando mais, e que seja assim... doce.

Parabéns meu pequeno, c?

Naianara Barbosa

Lágrimas e sua falta



Era noite de lua cheia, as estrelas brilhavam como nunca, o vento invadia a janela da sala. Frio e rápido, ele balançava as cortinas de modo barulhento. Sentada na janela do quinto andar, olhando para aquele céu, ela acabava se pegando pensando nele, em tudo que eles tinham vivido e como tinha terminado. Ouvia musicas melancólicas e se culpava por momentos não vividos, mas que ele desejava. A cama deles dois já não tinha a mesma beleza, ele não estava mais lá. E então algumas noites ela se sentava na cama e chorava até dormir, outras ela apenas chorava. E nada lhe tirava daquele estado de ausência de um bem maior, nada ocupava o lugar que ele havia deixado. Já tinham se passado cinco anos, e por mais que ela se adaptasse a nova rotina, à noite tudo era a mesma coisa... E por mais que doesse, ela o amava, e isso não mudaria, por mais que ele não estivesse ali, junto dela, com o coração perto.

Naianara Barbosa 

terça-feira, 3 de abril de 2012

Porque?



Porque? Eis a palavra que mais me vem a mente. É simplesmente impossível entender porque algumas coisas são como são. Porque, simplesmente. Uma coisa é você saber e não entender. Outra é você não aceitar, e não saber o porque de tudo isso. Sim, estamos separados. Não só por divisas de estados, mas por pessoas. Milhões de pessoas erradas, que estão entre nós. Erradas sim, pois o certo pra mim é ele. E eu sou a certeza dele. Não foi uma opção. Foi uma escolha. Escolhemos esperar, e estamos esperando. Confesso que por mais tempo do que imaginávamos, mas quem sabe um dia estaremos juntos, vendo como a espera valeu a pena.

Naianara Barbosa

domingo, 1 de abril de 2012

A mais nova, a tia



Não, família não é só de sangue. Existem famílias de alma, de sentimento. E a minha cresce a cada dia. E todas essas pessoas, que encontro por esquinas, ruas e apartamentos de alguns dos lugares em que passo, são especiais. Por pequenos motivos, pequenos gestos, pequenas demonstrações que me passam uma confiança tal qual levo por toda a vida. Há pouco tempo encontrei uma tia, que me passa aquela confiança na qual eu sempre acredito. Tem tão pouco tempo e já temos uma cumplicidade vista de longe. Rimos e sorrimos de tudo que nos faz bem, e evitamos aquilo que nos faz mal vez ou outra. Sim, é sincero, é verdadeiro, é real. Eu, uma sobrinha, a sua sobrinha. Você, uma tia, a minha tia.


Liliam Alves    s2 


Naianara Barbosa

Pequena



Ei, minha pequena, sabe que te amo? Pois. Foi tão rápido, lembra? Ainda lembro da primeira vez que nos falamos. Depois disso foram tantas risadas, tantos problemas, tantos conselhos, tantos apelidos, tantos abraços imaginados... Distância filha da puta essa que me separa de você. Mas mesmo assim ainda estamos juntas por pensamento, por sentimento. E mesmo que fiquemos um tempo sem nos falar, isso é só pra saudade nos aproximar. Teu sorriso me faz sorrir, sabia? Tão inocente e tão vadia – MINHA vadia, que fique claro. É vero, preciso de ti. Euteamo, pequena.

Minha vadia, minha cachorra, minha piriguete, minha Mariana Amaral.

Naianara Barbosa 

Admiti, enfim


Eu podia ser mais uma daquelas garotas românticas, eu sei que podia, mas nada muito romântico presta pra mim. Resolvi admitir pra mim mesma que eu não presto. Não sou aquela garota de pensamentos puros, que não bebe e não cai no pecado sempre que pode - e que não pode -, mas o que é proibido me chama atenção.  Mesmo que se mude o ambiente, a companhia, não vai adiantar, vejo que a fonte sou eu, e eu não consigo evitar. É aquela velha história do Don Juan, por mais que eu me apegue e goste de estar perto, sentindo o calor e ouvindo a respiração, eu não consigo ficar. É da minha natureza. No entanto, tenho meus altos e baixos, e flashes de que um dia possa estar ao lado de um só alguém toma conta de mim, por vezes até gosto. Não nego que ainda espero ter um desses alguéns que se denominam "príncipes".
Se não for pedir muito - me refiro ao príncipe  -, não aparece por agora não. Poucos sapos eu beijei, e como disse, não sou aquela garota que espera ansiosamente pelo príncipe, apenas espero, e rezo para que ele demore um pouco mais do que o previsto. Ultimamente tenho preferido sapos, plebeus e lobos no lugar do tal príncipe. Já que vou passar a vida inteira contigo, para que a pressa? Deixa eu aproveitar, conhecer novos gostos, novos modos de ser feliz sem ter um "para sempre" metido no meio.
Faz o que lhe for conveniente também, enquanto não me encontrar, pois, em segredo, existem coisas que eu ainda guardo só pra ti.
Voltando para a parte em que eu falava de mim e da minha maneira filha da puta de não prestar - e nem gostar de prestar - me encontro no desencontro de tudo que por vezes acho que me faz bem. E é nessa hora que todos os homens, todas as festas e todas as bebidas perdem o sentido e eu me vejo numa fria e tediosa melancolia onde palavras não cabem e sentimentos menos ainda. E eis que algo toma conta de mim e assim acaba tomando o lugar do alcool, dos beijos, de tudo. Não, não o vazio, mas a presença de algo inominável que percorre célula por célula do meu corpo e me toma de maneira inexplicável. Passo a ser então um corpo vazio num canto da sala e uma alma repleta trancada no quarto.
E vou seguindo assim, intercalando meus dias em corridos, perigosos e excitantes, e em calmos, silenciosos e vazios, deixando que as reticências falem por mim quando não sei nem o que pensar...


Naianara Barbosa

Teu sorriso e minhas palavras


Eu posso não saber como vai terminar, posso não saber o motivo, mas todos os fins foram parecidos. Você vai embora e algumas vezes eu vou até me culpar, mas logo depois verei que posso ser feliz sem você. Sentirei sua falta, mas isso não será motivo para eu fazer uma loucura. É bem capas d'eu chorar um pouco lembrando dos momentos, não sou de ferro, mas depois deste momento de fragilidade eu colocarei um vestido, um salto, um batom e sairei, e verei que o mundo não é tão ruim assim sem você. Nessa saída eu posso até te encontrar, quem sabe. Você sorrirá e eu te cumprimentarei com um simples "Olá, homem mais comum do mundo."

Naianara Barbosa