Ontem eu pedi pra ela parar de ver novela e ler pra mim até
eu dormir e ela aceitou sem reclamar. Não bateu o pé, nem chiou. Apenas se
levantou, pegou um dos seus textos preferidos - esse que eu mesmo escrevi para
ela - e leu para mim. Sua voz alta e serena causavam em mim um milhão de
sensações, o calor do teu corpo sentado ao meu lado me fazia fechar os olhos e
não temer a escuridão e ao vazio que sempre apareciam quando ela não estava
presente, mas ela sempre estava e então eu não tinha mais o que temer. Eu a
amava pelo que ela era, e a amava mais ainda por abdicar das suas coisas
preferidas por mim. Logo eu, o garoto estrago. Onde todo aquele mal jeito tinha parado? Quando ela tinha ficado pra trás? Eu pensava nessas coisas e ela continuava a ler, com sua
voz calma e tranquilizadora, meus olhos se fechando na mesma intensidade dos
seus toques no meu cabelo e, vez ou outra, nos meus lábios. E eu adormeci ali,
em meio as suas palavras, banhado de amor. Acordei e ali ela estava, deitada ao
meu lado, me olhando dormir, abri os olhos e a primeira coisa que vi foi o seu
sorriso, seguido de um "bom dia, meu amor". Ergui as sobrancelhas e
perguntei porque ela havia deixado de assistir a sua novela - essa mesma, que
sempre deixa claro que não troca por nada - para ler para mim e me fazer
dormir, ela apenas alisou o meu rosto e disse "você é a minha coisa
preferida agora" e então eu sorri.
Naianara Barbosa
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