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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Samba, Lelê, não importa se estás doente


A lua me chama, a rua me chama, aquarela me canta, a vida me encanta, tudo me traz o samba. “Samba lelê, tá doente”, coitada dela – gritou o dono da padaria – quem mais vai sambar nessa tal roda imaginária, quem mais trará a rosa cálida? Samba, Maria, samba. Samba que o teu samba desperta o arranjo musical do povo, samba que o teu samba reanima as mães cansadas de casa e alegra os maridos exaustos. – que tem a Lelê? Porque teu samba não é visto mais? – perguntou-me então a pequena menina. Todos sentem sua falta, Maria do samba, todos querem o teu rebolado presente no cotidiano. Então Samba lelê, não importa se estás doente. Porque tua doença afeta todo um organismo externo chamado “comunidade” e a falta do teu samba traz no peito a lembrança dos risos da noite e do brilho das estrelas que seguem apagadas à tua espera.

Naianara Barbosa Melo

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