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domingo, 1 de julho de 2012

A dor do poeta


Se todo poeta sente dor
Tem rancor, é sofredor
Por amor, que horror!
Deixe que ele escreva.

Se todo poeta sorri
Esta ali, distante de si
Preso em ti, sem mais
Deixe que ele escreva

Descobriu o tal poeta
Que é vivo o papel
E cada lágrima sentida, cada palavra recolhida
É só um verso a mais, é o seu verso a mais

Sente no fundo do peito
Que o que escreve não tem medo
Nem receio, nem culpa, nem jeito
É aquilo ali, sem mais interpretações

Rodeios já não bastam
Suas inquietações não lhe calam
Seus gritos são ecoados no quarto vazio
E voltam como um soco na alma

Que lhe tira a calma
Saca a arma
Veste a capa
Monta a guarda e começa a escrever...

De novo.

E ali ele chora, desaba
Deságua, desmarca sua quietude de ser
E olha aquelas palavras indignado
Como pode um só homem ter tanto poder

E na vã tentativa de entender sua dor
O cara sofredor que ali esteve sentado
Deitado, jogado, largado, amargurado
Se prende ao que um riso traz... lembranças, apenas, meu caro rapaz.

Naianara Barbosa

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