Eu tenho 17 anos, 3 meses, 26 dias e em todos eles eu tive
pensamentos que guardei só para mim. Pensamentos que me confundem,
sinceramente. Caminhando por uma rua de barro, um sol escaldante, um leve sopro
de ar puro que me aliviava e me reconfortava, me via pensando na vida. Minha vida andava tão bagunçada
ultimamente que só ao pronunciar essa palavra meu coração já disparava. Continuei
caminhando e tentando entender meus pensamentos, até que vi um jardim repleto
das mais diversas flores. Flores
essas que mesmo sendo parecidas, eram únicas. Quem sabe se a tal vida não tem
uma relação com as flores? O corpo,
algo singelo, sutil, por mais que resistente, e a alma, com toda sua essência, acaba refletindo tudo que esta no
interior, tudo que escondem, tudo que guardam só pra si. O rosa de algumas das flores que estavam ali presentes me passavam
uma intensidade, e por vezes uma tranqüilidade, um amor puro. Já o vermelho das rosas me energizavam, faziam o meu sangue correr forte
e o meu coração disparar angustiadamente. Eu me lembrava de você, mulher. O meu eu te chamava pra estar
junto a mim. Teus cabelos pretos voavam e exalavam o perfume das rosas, aquele
perfume que eu estava sentindo naquele momento. Por isso lembrei-me de ti, tudo
que é simples e encantador me faz pensar em ti. De repente tudo ficou branco na minha cabeça, as flores
sumiram, a estradinha de barro sumiu, tudo. E a imagem do nosso casamento me veio em mente. Tínhamos
planos, tínhamos desejo, tínhamos tudo. Menos amor. Não, esse você não tinha. A
minha felicidade na sua presença era
arrasadora, era tão falsa que me machucava por dentro. Até que entendi, era o
fim de um dos meus sentimentos mais puros. Era a morte de toda falsa esperança que habitava no vazio do meu peito,
que sobrevoava o vácuo de toda ausência assustadora que em mim existia. Num
piscar de olhos me vi parado em frente ao jardim ainda, as flores levemente
balançavam com a pequena brisa que passava. Virei e continuei andando por
aquela estrada, me sentindo completamente novo. Tinha tirado um peso de mim,
mas outros mais vieram para me perturbar. Sim, naquele dia as nossas almas tinham se separado...
Assinado, aquele cara.
Naianara Barbosa
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