As lagrimas estao correndo, de
raiva, de ódio, de dor, por causa de uma pessoinha que só faz me magoar. Diz
que me dá tudo, diz que faz tudo pra eu ser a pessoa que ela espera, mas cadê o
amor que eu preciso, cadê a atenção que eu pensei que teria? Eu não sou quem
ela pensava ser, e ela não é o que eu sempre imaginei que era. Eu só queria
mais um pouco de amor, de atenção. Quem são meus amigos agora? Só os que me
fazem companhia nessas horas são as lagrimas e a solidão, essa solidão
desesperadora, que olha pro lado e não ve nada nem ninguém, nem as pessoas que
disseram que iam estar comigo todo o sempre. O que vem a ser o sempre, então?
Preciso de atitudes, porque palavras eu já estou decorando. Não pensei que ia
ser assim, não pensei que ia passar por isso. Só queria ter a opção de pular
essa parte melancólica da minha vida. Pra que passar por tudo isso, qual a
finalidade? Dizem que Deus da o frio conforme o cobertor, mas a tempestade que
tá acima de mim rasgou todo o cobertor e agora tenho que me virar com o calor
do meu corpo, e com a minha vontade de continuar aqui. Ate que ir embora não
seria uma má ideia, não desse lugar, mas desse mundo. Deixar que todos se
livrassem de mim, talvez. As pessoas te valorizam até o momento em que acha
algo melhor para valorizar, e ai, você acaba virando opção, uma das ultimas
opções, se é pra ser sincera. Dou tanto conselho aos outros, digo tanto que não
vale a pena chorar por quem não merece e olha onde eu estou, deitada, banhada
de lagrimas, escrevendo um texto e tentando passar pra ele tudo que to sentindo
através de teclas e palavras. Porque não consigo seguir os meus próprios
conselhos? Porque o que sinto eu não posso arrancar de uma vez, ou ele ir junto
com as lagrimas, tanto faz. Palavras
essas que não dizem nem metade do que eu quero dizer, palavras que servem
apenas de fachada para eu ler depois, me reconfortar e pensar comigo “não foi
tão mal assim”. Só queria uma chance, uma única chance. Pra fazer o que eu não
sei, mas eu preciso dessa chance. Se eu chegar lá eu vou saber o que fazer, o
meu eu vai me guiar e eu vou fazer a coisa certa para mudar. Uma vez eu prometi
não só a mim, mas a mim e a uma pessoa, que mudaria. Mudaria o meu jeito de agir,
a minha maneira de pensar nas coisas, as minhas atitudes e decisões
precipitadas – até demais – e eu consegui. Eu mudei por mim e por ela. Porque
eu via nos seus olhos que quando falavam de mim ela se incomodava. Mas até
hoje, só com ela que eu tive uma conversa assim, que eu fiz uma promessa assim,
e que eu cumpri. E dizer que a única pessoa que pedi perdão em toda minha vida
também foi ela. Uma mãe, a minha mãe.
Aprendi coisas com a vida? Sim, algumas. Mas ela me disse que ainda
tenho muito a aprender, e esse talvez seja um dos motivos de eu não ter feito
uma besteira que mudasse minha vida, e talvez afetasse a dela também. Não sei
como ela se sentiria se um dia só visse uma mensagem no celular dizendo: “Eu te
amo, adeus”. E por isso não fiz uma besteira, por isso eu to evitando ir para
lugares, conviver com certas pessoas e agir como uma adolescente imatura.
Porque não sei o quanto vai afeta-la, não sei qual o tamanho do seu “amor” por
mim, e assim, não posso saber o quanto ela pode sofrer, ou não sofrer, sei lá.
A única coisa que não quero, é vê-la sofrer. Me dói. Só sei que de todas as
maneiras que eu tenho pra aproveitar essa vida, eu to aproveitando. E de todas
as pessoas que eu posso ficar e aprender, e conviver, e viver, eu escolhi ela,
seguir o exemplo dela, aprender um pouco, ou “um muito” com ela. E se me dessem
a oportunidade de escolher de novo a quem admirar, eu escolheria ela de novo, e
de novo, e de novo, todas as vezes. Quando penso na amizade que a gente
construiu tiro tudo que me perturba da cabeça, penso duas vezes, por medo. Medo
sim, medo de perde-la. Eu quase a perdi, e foi tão ruim que nada mais nesse
mundo, por preço nenhum, nem por outra amizade nenhuma eu faria de novo alguma
coisa que a magoasse, que a fizesse duvidar do que sinto, do que realmente sinto.
Vamos viver tudo que a pra viver, assim diz a letra da musica, e depois de
tentar transpassar o que sinto aqui, esse será o meu novo lema, será o meu novo
objetivo de vida, viver. E que seja assim, e que continue assim. O sofrimento
que vier, vem, mas vai embora. Se tudo que vai, volta, então tudo que vem
também vai, se for pra seguir a lógica. Vou continuar vivendo, sofrendo, sendo,
morrendo, revivendo, crescendo, aprendendo, “caminhando e cantando”.
Naianara Barbosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário