Se eu soubesse eu teria te ouvido antes, todos os conselhos
que você me dava e que eu não prestava atenção... como eles me tem sido uteis.
Todos os ensinamentos, táticas, jeitos e maneiras de levar a vida, tudo que
você um dia me ensinou tem sido usado agora. Só não entendo porque não te dei
ouvido antes, essa é a pergunta que mais me machuca. Hoje eu poderia te agradecer
pessoalmente, poderia falar isso tudo olhando nos seus olhos, mas não é mais
possível.
Vez ou outra ainda acho que você está em casa no seu
computador, com aqueles óculos marrons amarelados, a camisa pendurada na
cadeira, e o jogo Paciência aberto. Sim, agora eu jogo ele só para lembrar de
você. Mas as lágrimas descem a cada vez que chego lá, com um sorriso no rosto
achando que vou te encontrar, e encontro tudo vazio. Sua camisa pendurada, seus
óculos na estante do computador, seu travesseiro ainda amassado, sua sandália
no canto da parede e atrás da porta a sua bermuda bege. Tudo no mesmo lugar,
como você gostava. Mas falta você. Falta o teu sorriso, as suas piadas, o teu
jeito de falar comigo, as tuas brincadeiras, o teu amor. Falta o teu coração
junto do meu.
Só ao lembrar de ti meu coração aperta e chora, chora de
saudade. Nunca pensei que sentiria tanto a falta de alguém, eu sempre me
preparei para o momento em que deixaria de conviver com algumas pessoas, mas
você... eu não consigo, vô! Eu choro toda vez que entro no teu quarto, que vejo
suas fotos, que penso em como nos divertíamos juntos. Tínhamos uma cumplicidade
jamais vista. Você me contava seus problemas, desabafava comigo.. Eu chorava
com você e te fazia sorrir como criança. Éramos tão felizes.
Eu acho que isso é o verdadeiro amor. É mesmo longe,
imaginar perto. É sentir falta e saber que não vai mais revê-lo, e mesmo assim
continuar amando com todas as forças. Mesmo assim mandar sms pro celular, de
bom dia e boa noite, é pensar em tudo de bom que viveram e lamentar por todas
os desentendimentos, e pedir desculpas mesmo sabendo que você não irá ouvir. É olhar pro céu, e saber que você
está lá, e que olha pra mim todo o tempo.
Sempre que podia você me dizia que me amava, me abraçava, me
beijava, me carregava e me contava histórias vividas. Sempre que não podia,
você me ligava e eu atendia mesmo assim, só para ouvir sua voz e rir com você
por dois minutos. Sempre que dava estávamos juntos. E agora, sempre olharei
para o céu e lembrarei de você. Porque o nosso “sempre” nunca vai ter fim.
José Carlos Pitanga de Sant’Anna, eu te amo.
Naianara Barbosa
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