Eu senti um aperto lá no
fundo. Eu quis saber o que era aquilo, de onde estava vindo. Mas ele
simplesmente chegou. Ele não me disse que viria, nem quanto tempo ficaria, e
nem quando iria embora. Mas um dia ele iria. E quando eu tava me acostumando, aprendendo
a gostar dele, ele se foi. Ele foi mesmo. Mas eu ainda o sinto, vez em quando.
Ainda lembro de todos os momentos, e não me arrependo. Ele só chegou, e não me
prometeu nada. Por isso não o culpo. A culpa foi minha por ter gostado de
sentir ele. Por ter gostado de ter ele. Por tê-lo considerado como o único. Por
ter suposto que ele não iria embora. Por encarar o que ele dizia, o que ele
fazia, o que ele me fazia ser, como juras de amor inacabável. Por ter
acreditado que ele era tudo que eu queria. Tudo que eu precisava. Éramos “nós”,
até você partir. E agora, somos só eu e você, cada um no seu caminho, não nós.
Disseram que o amor fica, mas ele se foi, assim como você, assim como o “nós”.
Só restou eu pra contar historia, ou pra fingir uma historia em que ainda nos
exista. Sento sozinha, e penso, penso, penso… O que éramos nós? Uma farsa? Uma
invenção da minha cabeça. Lembra quando estávamos conversando, rindo, e
simplesmente você me abraçou? Essa foi a primeira vez que você disse que me
amava. A primeira vez de muitas outras. Todas sinceras, todas únicas. E se foi.
Assim como você, assim como nós, assim como o amor. Simplesmente se foi.
Acabou. E é isso, vai ficar assim. Por mais que eu tente mudar o final dessa
história de amor. Nada se alterará. Já foi, ja passou. Foi bom enquanto durou,
mas agora não tem mais o que fazer.
Naianara Barbosa
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