Naianara Barbosa Melo
Páginas
sábado, 20 de outubro de 2012
Ao menino que brincava com as palavras
Sorria mais, só ria mais,
sorria... mas, por que sorrir? Só rir, só ir. Chegou a hora de parar, de ficar,
stop. Ex-top de balada, hoje quem é você? Fica agora nesse quarto vazio,
quadrado e quebrado, pela quarta vez no dia. Se tornou pescador das próprias
mágoas. Pescador, pesca a dor, pecador, acabou se tornando isca. Deixou de
sonhar, de buscar, de amar. Ah, mar, esplendido como sempre, infinito aos olhos
de quem o vê. Como pode um só lugar ter tanto a esconder? O anzol que ontem prendia
todas as ilusões, hoje vive em busca de sorrisos. Só risos, sem mais. Sem caos,
sem cais, sem ais, não mais. ME DEIXA, gritava desesperado. Me queixa, me mexa,
me de ameixa, Raul Seixas, cadê você? Parecia uma doença, estava atrás de
qualquer presença que o fizesse se sentir melhor. Era quase um desafio. Desata
o fio, dez a fio, nove, oito, sete,
seis, cinco, quatro, BUM! Sumiu. Seu tempo esgotou, sua chance desperdiçou, ele
desistiu.
Naianara Barbosa Melo
Naianara Barbosa Melo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário